Voltar a casa
Voltar a casa é sempre um misto de alívio e euforia... um aqui é que eu estou bem, quando a porta se fecha e deixa de existir o mundo de fora. Regressar a casa é fechar os olhos e engoli-los para um dentro que se agiganta quanto mais visto de perto. Voltar a casa é encontrar as palavras para tantos dias, dias que pouco a pouco se fizeram memórias, tiveram carne e corpo e foram passando a imaterialidade, névoa condensada em imagens que desfilando dão sentido à palavra: aconteceu!
E tanto que aconteceu, e as palavras foram ficando para trás, ou só nos pensamentos. Lugares fugidios e efémeros onde interpretamos cada coisa que os nossos sentidos acumulam.
Fez-se a festa de aniversário, aconteceu o Natal e começou um novo e redondo ano com duas luas cheias no número que o completa. Um ano que sempre começa com expectativas, com desejos de mudanças, com vontade de crescer. Um ano que se não for "o" ano há-de ter sabor a amargura e a falta de esse pequeno esforço que faz com que as coisas se tornem saborosas, proveitosas, especiais.
Faça-se o esforço de reescrever cada dia, de o passar a limpo com pente fino, de o esvaziar do que não foi positivo para não o repetir.
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