Lilypie Fifth Birthday tickers

Lilypie Second Birthday tickers

João Questiona [?] III

- Mãe como é que o médico tira o bebé da barriga das mães?
- Ele abre um buraquinho na barriga e tira de lá o bebé... (sempre achei a versão da cesariana um pouco mais leve e adequada)
- Mas como? Explica-me melhor.
- Bem, olha para a tua mochila com coisas lá dentro, abres o fecho tiras o que está dentro e depois fechas outra vez.

Felizmente e por enquanto ficamos por aqui

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João comenta

- Mãe quando eu for grande quero ser cortador.
- Cortador?
- Não enganei-me, jardinador, não jardineiro.
- Que bonito filho...
- Eu quero cortar a relva, por flores, tratar das plantas...
 - Está bem João, tens de ir treinando na casa do avô!

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João questiona [?] II

- Mãe porque é que eu não estava na tua barriga quando tu eras pequenina?
- (...) Tu estavas filho, mas eras um coração mágico.
- Um coração mágico?
- Sim um coração mágico, como uma bolinha, que um dia o pai plantou lá uma semente e transformou-se em João?
- (Um grande sorriso) - transformou-se!?

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João questiona [?]

- Mãe, quem são os teus tios.
- São este... e este... e este e aquele.... (muitos)
- Mãe quem são os teus papás?
- São a tua vovó Q. e o teu avô J.
- Mãe quem são os papás do meu papá?
- São o avô F. e a avó E.
- A avó E. já foi para o céu.
- Já filho já foi para o céu.
- Mãe e quem são os papás da minha avó?
- São o teu bivu e a tua bivó
- Mãe e porquê que o meu avô J. não tem papás.
- Porque já foram morar no céu João.
- Porquê que eles foram morar no céu?
- (Glup) Já estavam muito cansados, então foram para o céu para descansar, porque no céu é muito sossegado.
- E onde é que eles estão (enquanto olhava para cima).
- Não sei filho, o céu é muito grande e eles podem morar atrás de uma dessas estrelas. E até mudar de estrela de vez em quando.


- Mãe... eu não quero ir para o céu.

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Seis

Uma grande família é assim que eu nos sinto, um imenso cinco. Cinco de circular e de abraço apertado. Um cinco de cinco estrelas e de cinco pontas de uma. Um círculo perfeito, de peças maleáveis e docinhas. Vamos cada um de nós se moldando aos outros, se deixando infiltrar pelos feitios, pelas pequenas subtilezas de cada um. Às vezes neste acto de nos adaptarmos, há atritos, pequenas fricções, outras vezes avanços, mãos que se apertam, peitos que se abraçam. Somos uma família grande, maior que a maioria das famílias que conhecemos. Aos olhos de muitos que estão do lado de fora, parecemos muitos, somos espaçosos, de pouca portabilidade. Um olhar que parece dizer já chega que 3 é boa conta (e muitas vezes as vozes que verbalizam mesmo isso, como se houvesse uma conta certa, que geralmente na cabeça de uma maioria é a de um casal, menino e menina, o terceiro filho faz sentido se os dois primeiros forem do mesmo sexo). A nossa conta assim é, e assim será, e enquanto a vida for aquilo que nos é apresentado, continuaremos a ser cinco. Um mágico 5 que se desenha e nos sorri.  A razão sabe que a vida é o que é, não é outra e este perfeito cinco é o que me ilumina, acende e permanece. O coração por vezes  pensa na alegria que seria poder ser mãe outra vez, experimentar ainda mais uma vez um novo amor, um novo milagre, dividir-me de novo em nome de um seis mas a realidade é bem mais concreta e determinante.

O João, que até viveu dias conturbados por ciúme da sua mana e por não ter as atenções tão centradas no seu ser menino, que se pega com o irmão grande por coisas pequenitas, por várias vezes já tem dito que queria que fossemos seis. Eu queria seis, um mano mais pequenino de quem a mana e eu e o Dudu fossemos os manos maiores. Um rapaz, só nosso. Seis, eu queria seis. Eu sorrio. brinco. E onde poríamos esse novo bebé? Ele magica lugares no seu projecto inocente...

Este seu olhar menino, que sempre pergunta quem é a irmã e o irmão de alguém, que não entende muito bem porque os outros não têm dois irmãos como ele, é para mim digno de encanto e de nota. Um brilhante desígnio de que no futuro possa haver um olhar diferente para as coisas e para o mundo. Um olhar em que os manos e os filhos não são estorvos, não são a mais nem são a menos, são os nossos, que nos apoiam e que estão num para sempre lá. E que ao olharem para a nossa família de cinco, consigam ver nos seus olhos brilhantes a alegria que é poder multiplicar o amor. E que nos nossos corações, fosse a vida um pouco mais favorável, ainda caberia certamente mais um (ou até dois)....

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Pequenas grandes enormes e brilhantes coisas


Crescer é e sempre será uma aventura. Descobrir a massa de que se faz o mundo, aperta-la nas mãos e deixar que se misture com os nossos pequenos e interrogadores dedos.  Um processo demorado e lento, cheio de pequenas areias e grandes planícies. Cheio de porquês, e comos e também cheio de esperanças. Em mim o encanto de os ver a crescer assim, lado a lado, mão na mão, a multiplicar os sonhos nos desejos do outro.

Nota Importante para um futuro que vê a memória enevoada: Nenhuma destas imagens foi pedida, só os sentamos, o beijo, as expressões, o não largar a caixinha, isso foi a espontaneidade.

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Fim de dia

Corre corre lufa lufa agiganta encolhe passa rodeia escolhe e termina, todos os dias com o sentimento de que foi pouco de que quero mais, que preciso de mais energia, para esticar o dia, para vê-lo a crescer. Neste imenso inicio de ano, de inverno prolongado, de portas fechadas, voltadas para o dentro de nós. Os dias sabem a pouco, muito pouco, apenas o intervalo do chegar a casa ao fim da tarde, a necessidade do tempo de preparar um jantar, a ausência de pouco mais que uns minutos para estar, somente ali, a olha-los a sentir-lhes o cheiro, a beber-lhes as gargalhadas. Um fiquem aí que eu tenho que, e este tenho que, que vai esmagando todos os dias, num súbito jantar, por vezes mais tardio que o desejável, já com cansaços à mistura, lutas inglórias para que termine com os pratos vazios, correr para um banho a dois, momento belo mas que não convém que se prolongue se não o amanhecer será difícil. Um abraço quentinho enquanto limpo a Clara e a faço dar gargalhadas, fica deitada na sua caminha ou espera na sala com o irmão pela sua vez, enquanto o João sai do banho onde ficou a ensaiar poses de mergulhador. Às vezes rimos, às vezes não, o João é um público mais difícil para as minhas palhaçadas, que lhe puxo o cabelo, que o pente magoa, que a roupa não está quente, que lhe aperto o braço. E ao lavar os dentes invento uma música estapafurdia e sempre nasce o seu sorriso, ou a gargalhada misturada com sono. A cama amarelada pela luz da sua lua quarto minguante encostada na parede, o seu inseparável ursinho cuja voz transformo e sempre lhe fala das saudades que sente. Sabes porque não vou para a tua escola João? Porque lá não é uma escola de ursos... E os dois abraçados. Um fica aqui, só um bocadinho, tenho medo. Mas não precisas. Gosta do meu cheiro, fecha os olhos. Afasto-me num tem que ser. Falta a mana, às vezes. Vou busca-la depois de preparar o morno leite com que se embala. Que doces cheiros. Deito-a, depois do leite fecha os olhos devagar e com magia. Que momento. Este em que o sono lhes vence o dia e de repente a realidade se transforma. Ansiei por este momento, em que sou minha, em que o dia é meu e em que a tranquilidade veste a casa. E quase invariavelmente pouco depois deito-me também. Sinto que perco, que me perco, nesse pedaço de tempo em que podia ter mais de mim. Mas neste momento, normalmente, vence o cansaço.

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Voltar a casa

Voltar a casa é sempre um misto de alívio e euforia... um aqui é que eu estou bem, quando a porta se fecha e deixa de existir o mundo de fora. Regressar a casa é fechar os olhos e engoli-los para um dentro que se agiganta quanto mais visto de perto. Voltar a casa é encontrar as palavras para tantos dias, dias que pouco a pouco se fizeram memórias, tiveram carne e corpo e foram passando a imaterialidade, névoa condensada em imagens que desfilando dão sentido à palavra: aconteceu!
E tanto que aconteceu, e as palavras foram ficando para trás, ou só nos pensamentos. Lugares fugidios e  efémeros onde interpretamos cada coisa que os nossos sentidos acumulam.
Fez-se a festa de aniversário, aconteceu o Natal e começou um novo e redondo ano com duas luas cheias no número que o completa. Um ano que sempre começa com expectativas, com desejos de mudanças, com vontade de crescer. Um ano que se não for "o" ano há-de ter sabor a amargura e a falta de esse pequeno esforço que faz com que as coisas se tornem saborosas, proveitosas, especiais.
Faça-se o esforço de reescrever cada dia, de o passar a limpo com pente fino, de o esvaziar do que não foi positivo para não o repetir.

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Para quem ande por aí

As palavras não andam a querer sair... parece-me sempre pouco o tempo para dizer tudo o que não foi ainda dito, para o registo do que a vida nos vai dando.
Vou tentando, está quase, será um vómito imenso de palavras e emoções... mas para já ainda, simplesmente não quer sair...

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