Lilypie Fifth Birthday tickers

Lilypie Second Birthday tickers

Escolhas nossas de cada dia


Todos os dias somos colocados perante escolhas. Difíceis, fáceis, algumas maiores, outras às quais não atribuímos grande importância. Somos confrontados também todos os dias com o resultado das nossas escolhas, somos aquilo que fazemos, as portas que fechamos, a brisa que recebemos, somos um produto de infinitas escolhas acumuladas e é com elas que temos de atravessar cada dia, de decisões outras e assim construindo o nosso universo.
Na maioria dos dias estou de bem com as minhas, apaziguadas a um canto da consciência, se as procuro desfilar perante os meus olhos e a minha memória, geralmente possuem todas a sua explicação, o seu quê de perfeito, a sua ordem naquela que represento e que me apresento.
Felizmente não existem escolhas difíceis todos os dias, as que fazem parte do dia a dia parecem ser remetidas para uma ala imaterial do cérebro e lá permanecerem na sua inconsistência consciente.
Hoje, são essas escolhas que desfilam na minha mente, as escolhas que fazemos dia a dia, ao educar, ao mostrar, ao dar, ao tirar, ao abrir, ao castrar... inúmeras pequenas acções que vão imprimindo carácter, vão moldando as suas pequenas vidas.
Uma amiga que tanto sabe disse-me um dia para escolher as batalhas, nunca as irei ganhar todas, por isso fazer uma lista daquilo que considero mesmo importante não ceder, e manter-me fiel a essa lista. Nas outras coisas, um pouco de maneabilidade não fará mal. Fiz a lista mentalmente, sei na teoria, o que é necessário para que eu considere alguém uma boa pessoa, ou uma pessoa só assim assim, ou até má. Sei na teoria.  E sei que os super-heróis são os bons da fita, e que os vilões são os maus.  Sei que "respeito" e "serenidade" são conceitos demasiado abstractos para serem ensinados, e que por vezes precisamos de ajuda para conseguir explicar, com palavras mais pequenas, aquilo que queremos explicar. Sei que é importante o exemplo, sei que mil vezes poderei mostrar com o meu comportamento aquilo que tantas palavras não poderão explicar.
E sei também que há horas de tudo, há horas em que a voz se mantém firme sem perder a serenidade, e há horas outras em que sem saber muito bem de onde, a voz se avoluma, e a minha figura fica do tamanho das sombras e faz tudo aquilo que eu lhes digo para não fazer.
Sei que há horas que provavelmente estarei a fazer a coisa mais acertada, se a coisa acertada existir, e sei que há outras que estarei redondamente a errar. Sei que o meu desejo de permanentemente fazer a escolha certa, agir da maneira correcta, não me impedirá nunca de errar.
Mas hoje estas palavras escorrem como prece, a prece das escolhas dos aflitos, dos que se deixam guiar, para que podendo estar a escolher bem, ou a escolher mal, eu possa sempre mostrar firmeza, serenidade e discernimento.
E quando a serenidade me abandonar, a voz se avolumar, e face a uma decisão a tomar para lhes mostrar um caminho eu pareça um gigante ensombrado, perdido aos seus e aos meus olhos sem saber o que fazer.  Que a vida possa mostrar-me a humildade de lhes fazer entender que as mães também erram, também por vezes se esquecem que gritar não é bonito, que se esquecem que há palavras que os filhos ainda não sabem entender, que não sabem muito bem se o castigo acaba ali ou se deve continuar, que não sabem por onde ir, porque alguém se esqueceu de nos mostrar o caminho.
E que a vida me possa dar a infinita capacidade de lhes mostrar que a cada escolha que fazemos, há algo que fica para trás e algo que nos imprime, na pele, nos olhos e na parte de dentro do peito, um Eu.
A minha escolha hoje foi a de despojar esta imperfeição, a das escolhas que nos marcam levemente, a das escolhas que residem dúvidas, estas escolhas pequeninas que se chamam educar, criar, amar, e que hoje me apertam o peito, e que amanhã não deixaram de apertar.
E de um abraço bem apertado nestas pequenas vidas que já não são minhas, no profundo desejo de lhes estar a mostrar o melhor caminho.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS
Read Comments

3 brilhos:

Helena disse...

acho que somos e seremos sempre uns aprendizes nesta arte de educar.
uns dias fazemos bem, outros mal...mas tentamos sempre que seja o melhor para eles.
beijocas grandes

RB disse...

Uma mãe assim só M grandeee, grandeee, só pode estar a escolhar aquilo que deseja ser sempre o melhor.
Acredita, eles vão cair e nós não vamos poder estar lá sempre a segurar. E eu sei, acima de tudo que estás a ensiná-los a erguer-se.

Um beijo gigante

RB disse...

(uiiii tanto engano numa só frase, que nem vou fazer errata)