Lilypie Fifth Birthday tickers

Lilypie Second Birthday tickers

Coração rasgado

e cedo coração de mãe se rasgou ao meio. Dividindo-se entre o aqui o ali. Entre os dedos segurar os seus rebentos e ampará-los aos dois.
O João foi ontem internado com nova infecção respiratória... estão a investigar porque é tão recorrente. Mas tê-lo e mantê-lo no hospital, não poder estar lá com ele o tempo todo... ter aqui a Clara que precisa também tanto de mim.
Faz sentir esta imensa dor, a de não poder me rasgar em duas e ser para cada um deles sempre presente.
O João está aparentemente bem... inquieto pelo tempo que tem de passar em lugar tão impessoal... o pai vela-lhe as noites... e durante o dia vamo-nos substituindo.
Felizmente o hospital fica a 2 minutos a pé de casa.
Felizmente a avó dá, não só uma mão, mas o corpo todo.
Esperamos que descubram o que tanto tem massacrado o nosso menino.

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Mais que breve*

Rogou o pai por vários dias que a menina não se decidisse a nascer no dia 6, aquele dia 6 que tinha vindo a ser planeado ao longo de meses, aquele dia 6 que o prenderia, com trabalho mas também com uma imensa vontade de o fazer. A mãe fez a sua parte, continuou a manter-se quieta, já o tinha aprendido há 3 anos, já o vinha a fazer há 7 semanas, seria então mais um dia de repouso. Uma irritação que não se explica, e alguns nervos que deviam ter-se mantido longe da pele dominaram esse dia 6, mas no corpo da mãe, nem uma contração dolorosa, nem nenhum outro sinal de que o sossego pudesse ser quebrado. Geralmente estes dias prolongam-se em noites, assim o pai e o seu filho maior estavam ocupados na sua tarefa e a mãe deixou-se, como o faz tantas vezes, adormecer enquanto via um filme e o seu João descansava na sua cama linda como gosta de lhe chamar. Pelas 3h da manhã uma dor forte assolou no fundo da barriga, e que dor... ao primeiro movimento um pouco de líquido se perde... apenas um pouco, levantando uma dúvida, na mãe supostamente experiente... uns passos até á casa de banho e... mais um pouco de líquido. A dúvida cresceu. Com a mania de pesquisar tudo na internet, a mãe ligou o PC e tentou perceber se seria apenas uma perda de líquido ou se a bolsa teria mesmo rompido. Descobriu o seguinte "a bolsa de água pode rebentar e o líquido ir saindo aos poucos, pois a cabeça do bebé tapa a saída" e ao mesmo tempo um jorro de líquido verte-se do seu dentro, acabando com as dúvidas. Telefonou ao pai que terminava o jantar após a jornada de trabalho. Vai nascer... e qual pronuncio de obdiência esperou que o pai trabalhasse, que jantasse... ficando apenas por tomar um café que até seria bem vindo para enfrentar a madrugada. Chegaram a casa o pai e o filho maior já a mãe se preparava para um rápido duche, assim lhe tinham dito que devia fazer. Os filhos ficariam em casa, o maior olhando pelo mais pequeno, os pais de malas aviadas rumaram ao hospital. Na urgência a reposta às perguntas ensonadas foi só uma: é para nascer. Ainda mandaram a mãe a uma triagem, de quanto em quanto tempo tem dores: a resposta um pouco sarcástica, aqui se confessa, tive uma ali a fazer o registo e estou a ter outra agora... subimos ao bloco. A auxiliar vem também ensonada, seriam umas 4 horas da manhã... recebeu o livro, o recado das águas rebentadas, mas não tem dores pois não? Sim. Muitas... diz a mãe que já não conseguia sentar-se. O pai estava arrebentado do dia... mantinha-se sentado para balançar o cansaço. Entrou o médico, cuja careca enganou a mãe e fê-la pensar que era o único médico que ela não queria ali ver. Felizmente foi um engano. A auxiliar passou com dois cafés na mão... O médico fez a observação e preparou o internamento... 3 dedos de dilatação disse ele à parteira. Mandaram a mãe despir-se, mandaram o pai ir para casa... que viesse pelas 9 horas, e ainda iria assistir ao parto que isto são coisas que sempre demoram. A mãe já se contorcia, perguntou pela anastesista, a parteira riu-se, já quer anastesista, tudo tem o seu tempo, ainda é cedo. Os pais despediram-se, voltaria às 9... se não nascer até lá. Não fosse o extremo cansaço e talvez ele tivesse discutido que tinha o direito de ficar. Mas assim não aconteceu, voltou a casa, para junto dos dois maiores. A mãe estava aparentemente calma, a hora tinha chegado, às 37 semanas, não às 30, não às 34... mas às 37, por isso estava feliz. Já perto das 5h, deitaram-na na cama ao lado da cama, onde havia nascido o João, as dores apertavam, a parteira veio observar, o médico já tinha desaparecido. Afinal os 3 dedos eram 5... não havia muito tempo, chamou-se (finalmente, pensou a mãe) a anestesista. Uma senhora de meia idade e voz atabacada, apareceu mais ou menos pelas 5h30, fez a incisão, e fez uma segunda incisão pois o corpo da mãe tinha decidido sangrar de mais... o alívio apareceu em 10 minutos, talvez menos... ficaram com a mãe até ela dizer que a dor tinha abrandado, e depois afastaram-se, conversavam ao longe. Mais 10 minutos e a mãe começa a sentir uma enorme pressão, eram 6h e 5 minutos, lembra-se a mãe de olhar. Chamou a parteira, era a hora de nascer. A anastesista, que tinha ficado por ali, a parteira e a auxiliar vieram acudir ao nascimento, o médico não tornou a aparecer. Fez-se a força, doía um pouco mesmo lá em baixo, era a cabeça a aparecer... e mais força, três ou quatro vezes, e um corpo, que naquela altura aos olhos da mãe parecia alado, foi-lhe pousado sobre o seu, ainda o cordão pulsava e umas mãos pequeninas agarravam as suas, contou-lhe os dedos, olhou os dos pés e encontrou a perfeição e a sua respiração a voltar ao normal. Levaram a menina para a vestir. A mãe ficou a ser costurada, de uma laceração que parecia não ir acontecer...
A menina, agora vestida de princesa foi colocada no colo da mãe, tinha um choro miudinho, um gemido e não se o leite do seio da sua mãe. Chamou-se a pediatra, para ouvir o gemido que não passava... levaram a menina, voltaram com ela para se despedir com um beijo de mãe sufocada. A menina agora despida de princesa, mas com o seu espírito ainda alado pela vida que apenas acontecia, foi levada para uma redoma de luz e calor, onde recuperou durante o seu primeiro dia.
O resto da história, vai sendo contada, pelos dias que desfilam, pelas vidas renovadas que uma nova vida sempre impõe.
O resto da história conta dias felizes, horas em que se balança amor com cansaço, alegria e preocupação.
O resto da história conta que algures dentro de uma casa, onde dentro de um ventre, um dia uma princesa se gerou, fruto de uma surpresa que o destino ofereceu, vive uma grande e feliz família
O resto da história fica para um depois... agora... a princesa acordou!


*mais que breve parto, não o relato

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sem Palavras


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Milagre que acontece, uma vida que amanhece!

Clara, 1ªs horas


O mundo roda, e nós aqui esperamos que o nosso lugar se mantenha enquanto tudo à nossa volta se modifica. O ventre verteu a àgua anunciando um novo caminho nas nossas vidas.
Esperou a madrugada e ofim do compromisso que o pai prendia. Pelas 3 da manhã o líquido que alimenta a vida escorreu do dentro... umas escassas horas depois, pelas 6h15 da manhã do dia 7 de Dezembro, nasceu a Clara. Um parto rápido e sossegado. Veio com a alvorada, não fosse ela também, toda luminosa!
Pesando 2,750Kg e com uns minis 45 centímetros, no dia em que completava 37 semanas no ventre, a Clara apresentou-se a este nosso mundo.
Conta a história, que meia hora após nascer fosse levada para passar o seu primeiro dia na incubadora... as horas difíceis tornaram-se luminosas com o amanhecer do segundo dia e a ordem para sair.


O sossego hoje reina, enquanto a luz ou a fome a despertam do seu grande sono. Ontem foi dia de regresso a casa, com o mano a trazê-la com o orgulho. Mas do alto dos seus 3 anos, todos estes sentimentos ainda se fazem confusos, por um lado a adoração embevecida, por outro a falta da mãe que já à 7 semanas não lhe dá colo e agora no seu colo tem um outro ser pequenino. Tudo a gerir com amor e com esperança, de que em breve, também no João toda a confusão se transforme em serenidade e alegria. O mano maior, agora com dupla responsabilidade pega ao colo com deleite na mana pequenina, põe um olho ao João e exclama: durante 3 anos vimo-lo a aprender tantas coisas, a mudar tanto, a crescer tanto e agora vamos viver tudo isso outra vez... - bem hajas meu Dudu por teres uns olhos tão cheios de luz.
Mãe e pai são mãe e pai... e as palavras são bem poucas.
Minha luminosa Clara, que a luz te guie sempre pelos caminhos da tua nova vida, quando esta te falhar, cá estará o nosso colo, sempre luminoso e quente, para te lançar em nova caminhada.

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3 Brilhantes Anos



Como cresce o meu mundo,

colorido, destemido, desafiador...

Cheio de coisas pequeninas que gosto de encontrar, aqui e ali, nos lugares onde me escondo, nos horizontes que avisto.

Não sou quieto, sou aventureiro. Sou reguila, sou teimoso, sou desconcertante...

E sou meigo, e carinhoso, e enrolo-me no colo e faço-me, às vezes muito pequenino. Outras vezes muito grande.
No verão a minha chupeta foi passear à praia e nunca mais voltou. Paciência. Eu também já sou crescido, já não preciso dela. Também não gosto da fralda, nem de redutores na sanita, só do meu amigo degrau que me faz sentir muito grande e que consigo fazer tudo sozinho.

Sou o João, o Francisco João... faço hoje 3 anos de pura energia. De pura alegria. De muita magia.

Gosto de livros e filmes e de ir ao teatro... e passear até ao parque e de brincar no jardim da vovó.

E gosto de acordar muito cedo e deitar cedinho também. E digo sempre à minha mãe: Olha, já é do dia, vês? São horas de levantar.

E hoje é um dia muito especial, faz hoje 3 anos que a Sô Doutora ajudou-me a sair da barriga da minha mãe... e deve ter sido muito depressa, pois eu não me lembro muito bem.

Hoje sei que vou ter uma festa, e velas e bolo, e amigos a cantar... e sei que me vou sentir feliz, pois afinal... já sou um menino g'ande. Tenho t'ês anos e estou ainda a c'escer!


Queria dar os Parabéns também à Margarida e ao Gonçalo, que g'andes que eles devem estar também.

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Querido Pai Natal

Eu chamo-me João e vou fazer t'ês anos.
Eu gostava de ter no Natal estes p'esentes:
- uma girafa para levar para escola.
(uma girafa João? Porquê?...Porque o Gomes est'agou a Girafa da escola e agora eu q'uia levar uma nova... sim senhor, tá explicado. E de que tamanho é a girafa, disse eu a medo. Assim, fez com as mãos... é razoável, deve ser um peluche. E o que queres mais?)
- Uma bicicleta ve'melha.
(Vermelha João? -veio logo o pai - do benfica? sim filho? siim)
(Oh João e queres pedir alguma coisa para os teus manos? Quero: Então cá vai)

Para o dudu uma chiclete num p'esente.
para a Clarinha um cí'culo/roda cô de lalanja.

Adeus Pai Natal, vou ficar à tua espera.
Um abraço do:
Francisco João

(Tem tido crises incríveis de mau comportamento, mas melhor que as registar, é colocar aqui este momento)

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Novidades da Consulta

Em breves palavras que a consulta também foi breve.

O Bloco de partos ao Rubro... lá era o local da consulta. É o que dá ter escolhido uma das mais simpáticas e requisitadas médicas de todo o serviço. Isso e talvez a mudança de lua do dia anterior. Entrei às 9h30, saí quase à uma da tarde.
Entre grávidas de fim de tempo "Consulta de termo" é o nome que dão, a enfermeira por pensar que ia somente fazer um rastreio não me chamou para o CTG... aqueles cintinhos que dão a qualquer grávida um aspecto robotizado... Achei que já era barriga a mais a passar-me à frente e fiz-me valer, baixinho, ali ao lado a médica tinha interrompido as consultas para correr ao bloco operatório, nascia um bebé de cesariana (sabem lá, agora saiem do bloco embrulhados em alumínio, e não sei para onde o levaram, mas o pai foi atrás)... A enfermeira perguntou se eu tinha a certeza que ia fazer CTG, 34 semanas é muito cedo... lá contei a história toda... as minhas 34, devem ser iguais a algumas 38 que estão aqui... e lá fui... a piolha não se fez rogada e mexeu-se a bom mexer... a mim, soube-me bem deitar... já a fome era muita pois eram para lá das 11h...
Contracções? Algumas. mas nada alarmante assim o pareceu. A tensão é que é sempre bonita de se ler uns míseros 9.0/5.0 ... sente-se bem? Talvez seja da fome... ou eu sou mesmo assim... o normal são uns 10/6.. chegar aos 11 já é quase hipertensão.
Volto à sala de espera... a médica entretanto já havia saído do bloco. Quando chega a minha vez, chamavam-na para uma segunda cesariana 8e era hora de almoço) Agora não posso, a senhora está de perna aberta... Como é que os médicos conseguem dizer as coisas assim. Avaliação pela parceira (no bloco estão sempre duas e viva a boa disposição). Quantas semanas? 34... Ui... Quieta e Sossegadinha para ver se isto aguenta mais duas: colo 50% extinto e 1cm de dilatação. A minha (doutora) manda da secretária: Esta menina já está assim desde as 30, já foi muito bom ter chegado até aqui. Esteve aqui internada e fez &%$#" (tratamento que só os médicos entendem o nome). Uma ecografia breve para confirmar que a piolha continua a fazer o pino... e toda encaixada. E eu não sinto? E lá vai ela preparar-se para a Cesariana, ficou a minha (doutora) mais as receitas. Continuação de magnésio, mais ferro... (tensão baixa mais anemia põe-nos bem sossegadinhas, não há dúvidas)... Doutora, aguentará mais duas semanas? Não sei... vamos ver... uma semana de cada vez. Para a semana (se não tiver nascido) volta cá à mesma hora. E voltarei. Saí devagarinho e cheia de fome... e passei a tarde no sofá a ver o Wong Kar Wai e hoje as Virgens Suicidas... um pouco azuis os meus filmes... mas pelo menos mantêm-me presa ao sofá: companheiro e bom amigo.

E como breve se faz alongado remeto para o próximo post a Carta do Pai Natal do nosso João.

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T0 em contraluz

Viemos da Sô Doutora GO

da mamã: engordei em 15 dias 2,5kg tentei convencer a Sô enfermeira que era da Roupa heheheh... a GO desdramatizou.... disse que também em repouso não perco calorias.... ao total tenho 8,5Kg.... ... a tensão aumentou um pouco... mas como era ridiculamente baixa está agora em 11/7... o coração da piolhita sempre como um cavalinho... tum tum tum tum... numa velocidade acelerada... depois da enfermeira a sô doutora fez as perguntas da praxe... mandou continuar o magnésio... o ferro a duplicar... a anemia continua lá...e rumo à marquesa e ao toque.... toque levezinho... ela até deve ter medo de mexer muito não vá a coisa precipitar-se...

O colo continua fechado. vai aguentar mais quinze dias doutora? ela encolheu os ombros e o nariz... respondeu-me com um inseguro "talvez"... mas o importante é que o descanso tem dado frutos e o colo não cedeu... só continua molinho... e as contracções ainda aparecem... mas a uma razão de meia dúzia por dia... a menina deve estar quase com 1,9kg... ainda falta o quase... se nascesse com 40 semanas teria 3,1kg... por isso a médica diz estar bem que as meninas são mais pequeninas...

o veredicto próxima consulta já na próxima semana, dia 20, no bloco de partos "mas tenho de trazer a mala, doutora?"... ela sorriu, não, não é preciso... vamos só ver se tenho contracções... pois pois... quando tive o João também foi assim, primeira consulta no bloco e pimba, nasceu logo nesse dia... e eu queria tanto que o aniversário do João acontecesse antes...

Mas se a genética tem algumas coisas que se explicam muito bem... outras talvez não... e chegou um alerta do meu querido irmão... - "se calhar ainda nascem no mesmo dia, não seria inédito", pois não... é o nosso caso mano, que com três anos de diferença (caso idêntico) resolvemos escolher o mesmo dia e o mesmo mês para nascer :D se calhar isto é coisa de família hehehe...

A ver... queria mesmo, ainda que duma forma simples poder dar um bolinho e umas belas 3 velas ao meu principe!

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O dia e as coisas

O João tem um feitio bastante difícil... não o mostra sempre... ou melhor... se não for apertado e estiver no seu mundo sem rédea... brinca sozinho... provoca com sorrisos... o pior... pois, o pior... é quando é contrariado. Consegue ser de uma persistência perturbadora... e tirar-nos do sério...
Não penso que seja uma questão de erro na educação... mas mesmo um traço demasiado vincado da sua personalidade que nos faz ter momentos de desespero... a nós... e a ele!
Esta manhã foi um desses momentos... saiu da sua cama e veio ter á nossa, fá-lo muitas vezes... ainda antes da birra, vejo-o no seu pijama de coelhinhos e meias de dormir, trazendo na mão umas sapatilhas que lhe dei ontem vindas de uma encomenda on-line... enchi-me de ternura. Depois o ter que endurecer, pois ele teima em só fazer o que quer... difícil de gerir este sentimento amargo de ter que sangrar por dentro para vê-lo crescer...

*
Eu, e o ventre de Clara enchido, continuamos pelo sofá (às vezes fugindo) mas tentando segurar a vida no meu dentro, para que cresça, para que se prepare para a caminhada... amanhã é dia de consulta... apesar de não sentir medo do depois nem do parto, nem da vida... há em mim uma ansiedade nesta avaliação... em saber... em ouvir aquilo que desejo ouvir....
*
Rumamos aos dias pequenos e a noites mais longas e frias.. sempre à espera que sejam de sorrisos os caminhos... sorrisos iluminados. Cuido deles, e de mim... para que o caminho possa não ser pesado!

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Um dia que marca

Não abuso das palavras que aqui contam algumas das nossas histórias. Tento não aflorar em demasia a nossa vida com o Dudu, pois já é crescido e tem direito à sua intimidade e ao saber o que deseja ver espelhado neste ou noutro registo.
Mas não podia deixar de assinalar aqui um dia importante, que vai marcar os nossos dias futuros. Ontem, numa conferência de pais, a juiza emitiu, finalmente, o parecer de que a guarda será conjunta mas a sua habitação será definitivamente aqui. Aqui junto dos irmãos, aqui onde sempre desejou estar. Já vive connosco a tempo inteiro desde Julho... veio quase compulsivamente.. pois os problemas foram se agravando. Viviamos em serenidade, aqui dentro de portas, mas ansiosos e temerosos do que as decisões oficiais pudessem resolver. Pois o peso de ser mãe, continua a ser sobrevalorizado em relação ao ser pai... muitas vezes independentemente da mãe ou do pai...
Apesar do alívio, existe no meu rapaz grande, bem lá no fundo uma tristeza... de que as coisas sejam como são.. e para mim que já vi tantas vezes o coração do seu pai a sangrar, numa luta desigual, nasce a esperança para que agora as cicatrizes comecem a sarar... sem mais feridas... ganhando a imunidade!

Aqui, começamos então esta nova etapa, a de sermos oficialmente 5... a construir, a crescer, nas alegrias, nas tristezas, na partilha e a tentar ao máximo minimizar todo e qualquer estrago que este coração adolescente possa ter.

Emocionadamente deixo este breve registo na Fábrica do João, para quem há muito já esta vivência a 5 é a sua, sem questões ou problemas... mas com o desejo de estar sempre juntinho do seu mano grande, do seu Grande mano.

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luz verde

Luz verde para o João, amanhã regressar à escola...já está recuperado. E para quem pedia sempre para ficar em casa... depois destes dias tá ansioso para voltar :D

E faltam 20 dias para fazer 3 anos.
Como se faz uma festa que o faça feliz quando não nos podemos levantar?
:(

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Dias Mornos

Ontem foi dia de consulta dupla... e quase simultânea... o pai Edu deixou-me no Hospital e rumou ao Centro de Saúde com o João.

Capítulo primeiro: Obstetricia
Cheguei em cima da hora, já a médica tinha ido tomar um café pois não tinha paciêntes. De louvar ter uma médica que é sempre pontual... ainda mais num Hospital público.
A enfermeira viu-nos (a mim e à Clarinha... se se estão a perguntar porque falo sempre no plural... é mesmo porque agora sou duas)... e ouviu o coração da pequenita... como um cavalinho! A tensão sempre baixa... e nenhuma infecção.... não mediu a altura uterina como de costume, mas também isso agora é o que menos me preocupa... já sei que está baixa para o tempo, pois a piolha está toda descidinha.

A médica chegou do café antes da enfermeira terminar e veio lá buscar-me, ao reparar como eu andava tão devagarinho perguntou se ainda sentia dores... dores não sinto, mas a pequena tá tão lá em baixo que faz um pouco de impressão a andar.

Recomendação nº1: Usar cinta, pelo menos quando tiver de sair de casa, para as consultas entenda-se, não podemos ir a mais lado nenhum. (Em casa estou sentada ou deitada e não preciso)

ver o processo... conversa... esclarecimentos... observação... conclusões...

As próximas 3 semanas são fundamentais, descanso, repouso e tudo o mais que possa ajudar a que o quadro se mantenha.

Quadro diagnosticado: Colo muito mole mas fechado. (convém não se extinguir nem dilatar nas próximas semanas... a situação pode alterar-se a qualquer momento - Cautela)

É normal?

Primeira resposta: Não acontece a todas, felizmente, mas é uma situação que acontece frequentemente. Clinicamente designa-se por um APPT (que quer dizer nem mais nem menos que Ameaça de Parto PremaTuro)... calhou-nos a nós.

Vai aguentar mais umas semanas?

Segunda Resposta: Temos de fazer por isso... pelas 34, como tomamos corticóides que ajudam ao amuderecimento do pulmão já não há tantos perigos... sossegadita pelo menos até lá...

Próxima Avaliação 1: Ecografia já amanhã

Próxima Avaliação 2: Consulta dia 12 de Novembro (15 dias depois às 33 semanas e pico).

E ansiedade... também não ajuda não é? é que eu ando com uma falta de ar...

Terceira Resposta: Medicação: magnésio para evitar contracções, continuar o ferro para combater a anemia, um leve ansiolítico para enfrentar a falta de ar.

Quarta Resposta: prorrogação da baixa até final de Novembro.

Pergunta esquecida: Será que devo comprar roupa de prematuro? Tenho alguns zeros... mas prematuro não. Bem, amanhã na eco também se vê o tamanhito da bebé.

Capítulo 2: Consulta do João,
chegam de carro depois da mãe já ter tomado um chazinho que as liga dos amigos do Hospital sempre tem disponível, mas cevada, leite, bolachinhas... uns amores (gostava de ser voluntária... mas isso seria um outro capítulo...)

O João portou-se lindamente, e todos ficam admirados com a sua eloquência... fala muito... e até direitinho. O médico observou e com a auscultação já não detectou qualquer problema nos pulmões... ao que parece o antibiótico já faz efeito! Ficamos contentes, mas não aliviados... penso que irei seguir o concelho da tia P. que nos vai arranjar a fazer um raio X para controlo. Eu sei que é radiação.... mas ao mesmo tempo parece-me mais seguro... a ver.

Veio todo o satisfeito:

Primeira Observação: Já estou bom. (logo) Quero um gelado da vaquinha!

Segunda Observação: (um pouco mais tarde): Já estás boa mãe. (Não ainda estou fraquinha, desculpa para não lhe dar colo) - Então porque não comes tudo!!!!


Epílogo ou Conclusão
Os dias não são gigantes, são antes umas figuras esguias que vamos contornando. O joão não é menino caseiro (nem a mãe diga-se em muito breve passagem), e o mais difícil é combater a sua neura por ter energia de sobra e ter de se confinar a estes escassos metros quadrados. Não corras João, para não suar, não grites João, para não puxar pelos pulmões, não sentes no chão João que é frio... não... e não... e o sim? onde fica... tenho pouca imaginação para brincadeiras em que eu fico irremediávelmente sentada e ele também... e confesso que a paciência não anda na mó de cima... são apenas várias figuras esguias... todas alinhadas... vamos espreitando lá para o fundo... para as figuras que parecem árvores de ramos frondosos abertos, em que cada um se diverte colhendo folhas, comendo frutos.

Apenas daqui de onde espreito o caminho.

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:(

O João está com uma pneumonia :(

...

O papá terá de ficar em casa com os dois...

...

Serão dias difíceis....

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Novo desenho dos caminhos

A vida não está toda desenhada nos dias que por aí vêm ao nosso encontro. Não se podem contar os dias como contas de um colar oferecido, há que as recolher, e uma a uma, ir colocando na linha que os segura e os alinha.

Assim vêm as surpresas, as boas e as que nos balançam... as que desejamos e as que nunca nos atrevemos a imaginar.

Na segunda feira a manhã aconteceu em dor forte... uma tentativa de viver o dia de modo normal, levar o João à escola, ir para o trabalho... e as dores a não me abandonarem. Sigo para as urgências... uma triagem absurda coloca-me pulseira verde e manda-me para fora esperar (quando sempre subi ao bloco de partos). Fui vista por um médico generalista uns 20 minutos depois... que me apalpou a barriga e então mandou subir ao bloco. Monitorização no cardiotocógrafo e umas 20 contrações em uma hora... fui observada e imediatamente internada... estava a entrar em trabalho de parto. Injectaram-me nas veias uma medicação durante mais de 12 horas.. que em pouco tempo aliviou a dor e parou as contracções. Mais injecções para darem maturidade aos pulmões da bebé caso ela se atrevesse mesmo a nascer. Três dias de internamento, sem me levantar para nada... (as aparadeiras são o objecto mais terrível em todo um hospital...).

A Clarinha sossegou mas com as contracções ficou toda encaixada e descida... voltamos ontem para casa... com recomendação de muito repouso... para ver se as semanas se alongam e multiplicam até ela crescer e maturar mais um pouco.

Reaprender então a paciência, o respeitar o tempo que dura cada hora, vencer cada dia...
Pensei que desta vez não iria conhecer o repouso, tudo indicava perfeição. Talvez um esforço a mais, talvez apenas o tem de ser inevitável das coisas... e um aceitar e esperar, com cuidado e com zelo em cada passo.

O João assumiu o internamento com seriedade, portando-se como um homem grande. Desde que cheguei a casa que está mais carente, pede a mãe... e a mãe não pode o ajudar, nem tratar. Posso mimar, quando chega ao fim do dia e se aninha ao meu lado no sofá.

É um treino e uma prova para todos... para os homens da casa, para o meu menino e para mim... o prémio chegará ao fim de cada semana vencida. Ao fim de cada dia em sossego.

oxalá minha linda Clara, possas te aquecer neste ventre por mais algum tempo.
Eu aqui te abrigarei!

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hehehehe


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À Beira de um Ataque de Nervos e retrato de um ventre que é meu

Assim é o estado quase diário do João.
Prestes a explodir. Irritadiço. Pouco tolerante ao que não é do seu agrado. Com choros e gritos frequentes. Ataques de ansiedade se alguma coisa foge ao seu controlo. Voltou a fazer xixi na cama e tive de me resignar e voltar a colocar-lhe a fralda à noite. Não havia lençóis que resistissem. Se não faz xixi acorda entre pesadelos ou a dizer que já não quer dormir mais (coisa que nunca tinha acontecido). Ficou assim de repente. Sempre foi um menino teimoso e com alguns caprichos. Mas o comportamento das últimas semanas é quase incompreensível. Não sei se é ansiedade pela chegada da irmã. Se vou pensar que é uma fase e desculpar-lhe e depois fico com um tirano irascível em casa. Se o devo castigar... se o devo mimar...
Tento entender os motivos... à dias queixava-se que um amiguinho na escola (aquele amiguinho que já é do peito e de quem tanto fala) já não gostava mais dele, que não era seu amigo... eu pergunto-me onde é que uma criança que ainda nem 3 anos fez vai buscar estes sentimentos... tão próprios de outras infâncias.
Sei que ando ansiosa, a gravidez tem sido assim... tranquila fisicamente, mas cheia de ansiedade em mim. Talvez essa ansiedade também lhe chegue, e a sua reacção seja mostrar raiva. Não sei como agir... se castigo-o, se o abraço... sei que também não estou no auge dos meus limites e também me descontrolo. Nem sempre tenho a palavra certa... tão apregoada por psicólogos e afins nas afamadas revistas. Nem sempre temos o peso certo na balança das emoções.
Pelo sim pelo não, há um acordo mais ou menos implícito lá por casa de não falar demasiado na mana, deixar as coisas acontecerem, não puxar muito o assunto, pois no fundo, se começa já a sofrer quando nascer será a dobrar de qualquer maneira. Ele já sabe muitas coisas sobre a mana, às vezes puxa ele o assunto e então sim, conversa-se. Não lhe mostrei as roupinhas e mesmo os brinquedos que ele ajudou a separar por já serem de bebé, voltou a pedir um deles e tem dormido agarrado ao seu caracol durante a noite.
O pacto foi quebrado para ver o dvd com a fotografia da mana, cortesia do Sr. Pai Natal que mandou esta espécie de postal ainda antes de o presentear com a mana. Viu com a máxima atenção, com expressão de espanto e curiosidade. Não sei o que entendeu, nem o que sentiu... fica esse mistério de quanto da vida é que estes olhos pequeninos alcançam.
Quanto a nós, com curiosidade e com amor pelo mistério insondável que é o de vidas fazer vida, vimos também as primeiras imagens mais realistas do ser que aqui habita. Deslumbrados deixamo-nos a suspirar... está tudo bem, tudo tranquilo no reino do ventre.
Apresentamos aqui a mana Clara:

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Tranquilo

Assim o mundo de João segue... tranquilo... alheio a todos os desassossegos, a todos os percalços que por outros mundos fora vão acontecendo.
Voltar à escola foi difícil, mas a dificuldade foi breve, já encontrou a calma e a vontade para ir. Ainda por vezes reclama... mas desde que começou a ver o mano a sair cedinho de mochila às costas, teve vontade de ser igual... e participa com mais vontade nas manhãs.
E ao fim do dia, porque gosta do ar puro e da vida solta, pede, implora, chora, para ficar na casa dos avós!
Que delícia são os sábados de manhã, em mimo e aconchego, quando com cara de felicidade percebe que não vai à escola!

E mesmo que pareça de madrugada, ainda antes das oito da manhã já está a implorar para ir para a sala ver os seus "bonecos" na televisão... pena que a programação infantil, ao fim de semana, para quem não tem cabo seja tão desaquada para meninos pequenos...

Continua entusiasmado com a Clara, às vezes agarra-se à barrigota a chamar: Clarinha!? Clarinha!? Tás a nanar?!...
Diz a todos que a mana está na barriga da mãe, que vem com o Pai Natal... e às vezes faz miminhos... Ainda não sente cíumes que se notem, esses deve estar a guardá-los para quando tiver de dividir o colo!

E depois das férias sinto-o tão crescido... o meu homenzinho... que deixou a chupeta, que abandonou as fraldas de noite e de dia, tendo até agora apenas dois acidentes na cama... que joga à bola com emoção... que já gosta do benfica... e às vezes também do sporting e grita Por-tu-gal, Por-tu-gal! Que lava as mãos sozinho, que quer sempre fugir ao banho... que se ri dos seus próprios disparates, e dos nossos... E que se aninha no meu colo e no meu abraço ao fim do dia e beijando-me diz: Adoro-te! Tive muitas saudades tuas!

Às vezes, olhando-o na paz dos sonhos fico a imaginar como será possível sentir tanto amor outra vez, como será este multiplicar de afectos que nos fará pais ao quadrado e ao cubo... Como será ter o peito tão cheio e transbordante que o cansaço dos dias nunca nos escureça o coração. Como será? Como irá ser?

E ainda que por vezes me falhem as forças, e por momentos os dias pareçam desabar em peso... nunca um amanhecer deixou de trazer novo ânimo, nova alegria e renovadas forças... vamos ouvindo de tudo: ele ainda é tão pequenino, tão nova e já com tantos trabalhos, vão ser 3 em casa é muito complicado... vai ser muito difícil... Já, outro? Vocês não perdem tempo... e também os luminosos: que bom uma menina no meio dos rapazes, vai ser uma alegria enorme, é bom enquanto é nova... Daqui a pouco estão todos criados. E a verdade... é que já esta realidade me serve, me ilumina... é a minha, e apesar de ainda ser difícil me maginar com um bebé extra pequenino nos braços, a ideia de sermos esta grande família dá-me uma felicidade algo misteriosa, nos tempos que correm... em que no nosso país ainda há o culto do filho único, quer por dificuldades, quer por outras prioridades... neste país em que os filhos e a família ainda não estão em primeiro lugar das prioridades de quem manda... neste país em que dar a primazia à família é muitas vezes prejudicarmo-nos no emprego... neste país que é o meu... ser esta família que caminha para o XL... que nem nos cabe no carro... é como ter um segredo guardado no cofre dos tesouros e sorrir por dentro... por o guardar.

A gravidez corre bem, alguma azia, algum edema nas pernas em dias mais longos, algumas dores musculares ao acordar, mas tudo sereno, tudo tranquilo nesta espera. Os preparativos estão algo atrasados, talvez, para corações mais ansiosos... durante este mês tentaremos que fique tudo mais ou menos definido... o cantinho no quarto dos pais, as roupas organizadas, os acessórios em falta... até lá a barriga vai anunciando progressos... e deixando-me cada vez mais redondinha e lenta! Com a chegada do Outono, o tempo parece querer dar um salto, as folhas já se vêm no chão... será para breve... este novo mundo em nós...

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Surpreendente

Surpreendente mesmo é a sua linguagem, e o modo com que associa conceitos e coisas que ainda não tínhamos percebido que ele já compreendia. Ouve atento tudo, tudo... e sorri se percebe que falamos dele. A mim encanta-me esta fase de menino mais crescido e sabidolas, e ainda tão bebé que cabe no colo. Às vezes, com um olhar cristalino, que tudo regista, fixo-o assim, nesse estar tão seu, e demorando-me nos seu olhos tento guardar cada momento mágico só para mim.
As suas palavras enchem a casa e até, de vez em quando, enchem os sorrisos, de tão inteligentes ou tão disparatadas. As palavras, o adormecer ao meu lado, com o respirar sossegado por fim, no final de um dia de brincadeiras. Depois escapo-me com uma pequena mentira... vou buscar um casaco, vou levar o biberon à cozinha, e pondo a mão por dentro da sua camisola, buscando conforto, aconchega-se no seu mundo fabricado pelas noites, e adormece na luz verde pálida que inunda o quarto.
Ao fim do dia sinto-me geralmente muito cansada, com muito sono... mas invariavelmente muito feliz.

A Clara foi à Obstetra esta semana, pelas 20 da sua existência em mim. A barriga muito pequenita fez-me pensar se tudo estaria bem. O coraçãozinho palpitante e uns quantos pontapés fizeram o coração de mãe relaxar. A tensão baixíssima, uns míseros 4,6 - 8,9 deixaram uma cara de preocupação à enfermeira. Medida uns 10 minutos depois, tinha subido um pontinho... tomar um cafezito (ao qual enjoei e cortei por completo) e bacalhau :) não há muito mais a fazer... esta manhã o pequeno almoço (sem bacalhau) levou umas colherzinhas do pó energético. A mãe engordou já 2Kg, e apesar de ainda sentir alguns enjoos, já a azia de vez em quando aparece.
Para a semana faremos a Eco morfológica. Como sou atendida no Hospital, por aqui andei na gravidez muito difícil do João, e por adorar a minha médica, farei a Eco também aqui , mas odeio a insensibilidade do médico que faz as ecografias... vou respirar fundo e tentar confiar no profissionalismo e fazer pouco caso do modo como as palavras são ditas... se correr mal peço uma credencial e repito-a noutro sítio.


O João fala na Clara, às vezes com carinho, outras com manifesto desinteresse. Às vezes chama-lhe Rabiela (Gabriela, uma das hipóteses que nos ouviu a escolher). Sabe que é a mana dele, que é uma menina, e até já lhe tentou dar banho, molhando a minha barriga com o chuveiro. Espreita pelo umbigo á sua procura, e consentiu em ficar com a mão à espera que ela se mexesse. Como os movimentos são discretos, não sentiu nada, mas em conversa diz que sim, e hora diz que a mana está a dormir, ora que ela se está a mexer.

E enche de alegria os nossos corações a sobrinha Maria Inês que nasceu ontem pelo meio dia e meio. O parto foi rápido e mãe e filha na melhor forma. Ela é muito pequenina e cheia de um cabelinho muito preto. O João não a pode ir ver, não tem licensa para entrar no hospital, e ficou um pouco triste. Este ano é a segunda prima e assim vai-se habituando à ideia que os bebés escondidos na barriga, depois vêm muito pequeninos abrilhantar os nossos dias. Para a mana ainda faltam uns 4 meses, 4 meses para cativar, para conquistar o seu coração, e minimizar o impacto de ter de dividir todas as atenções. Com o mano grande não sente isso, pois o mano grande é mais um a dar mimo, a cuidar... mais um "grande" à volta do seu reinado.

Este mano grande está a viver connosco, a vida permita, que como é seu desejo fique connosco para sempre. A situação é delicada... mas aqui, dentro da nossa porta, neste abrigo de muralhas que chamamos casa. Tudo fica lá fora, os conflitos, a negligência, a incompreensão. Aqui dentro vive uma família de 5, na harmonia de todas as famílias, a desejar um futuro cada vez mais risonho só nosso. O joão encantado, por todos os dias, poder ir acordar o seu mano, aos saltos e aos beijos, com um abraço que é tão seu e tão nosso.

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Coisas

Descemos as escadas, rumo ao carro que nos levará a casa da Vovó, chegaram as férias da creche... as dos pais ainda esperam mais um pouco. À porta de casa vê uma senhora a fumar:

- Mamã as senhoras podem fumar?
- Podem filho, as senhoras e os senhores muito grandes podem fumar quando estão na rua, mas os pequeninos não podem fumar.
- Porquê?
E eu que descalce a bota...
- Porque se fumarem não crescem, nem ficam fortes, nem jogam à bola...
- Eu fumo com o dedo mamã!
E espeta o indicador na boca tirando-o em seguida e soprando como se fosse fumo...
- "..."

*
Ontem à noite... tentando escapar como sempre ao banho (depois de entrar não quer sair, mas para convence-lo a entrar é um sarilho), vem então sentar-se ao meu colo, já de chupeta na boca (que tem mais 15 dias de autorização de uso e depois terá de ir embora):
- Eu não quero tomar banho, eu tenho de ir dormir... (e apontando lá para fora diz) já tá muito de noite, vês?

Confesso: ele às vezes desconcerta-me!

**

A mana já tem nome...
como um presente que já se começa a desembrulhar:
CLARA!
podem-lhe chamar :D

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Hoje só na cabeça canta esta música

QUALQUER COISA
Caetano Veloso

Esse papo já tá qualquer coisa
Você já tá prá lá de Marraquesh
Mexe qualquer coisa dentro doida
Já qualquer coisa doida dentro mexe
Não se avexe não, baião de dois, deixe de manha, deixe de manha
Pois sem essa aranha, sem essa aranha, sem essa aranha
Nem a sanha arranha o carro, nem o sarro arranha a Espanha
Nessa tamanha, nessa tamanha, esse papo seu já tá de manhã
Berro pelo aterro, pelo desterro
Berro por seu berro, pelo seu erro
Quero que você ganhe, que você me apanhe
Sou o seu bezerro gritando mamãe
Esse papo seu tá qualquer coisa
E você tá prá lá de Teerã
Qualquer coisa...


E a vida já se sente.. ainda tímida no meu ventre...


Depois de uma noite de convívio prolongada para lá das horas convenientes a um menino, o João deitou-se para a sesta da tarde e ainda dorme profundamente... nem imagino que noite nos esperará se o sono acaba entretanto...

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Sem mais

Que num só fôlego se dá um abraço...

O resultado finalmente chegou, por um telefonema do centro de genética, e o veredicto é de saúde, nada de cromossomas a mais, nada de anomalias... pelo menos das que se suspeitavam... e que se podem ver.

Só saúde... e a certeza de que será uma mana para o João! A condição é que jogue à bola com ele, pois os manos são para jogar à bola. Espreita ao umbigo, estou a ver o bebé... e vai assimilando a ideia cada vez maio e mais redonda.


- O bebé saíu da tua barriga mamã?
- Não filho o bebé está cá dentro, mas o João já foi bebé pequenino e esteve aqui no quentinho da barriga, depois saiu cá para fora, e cresceu... como cresceu.

E cresce este sentimento de responsabiliade de ser mãe de dois, e mais um que é do pai mas também é meu.

Agora vou ali preparar-me para ser mãe de uma menina!

Ficamos no rosa com um até já.


;+)

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do tempo e dos caminhos nascidos

Do tempo do não registo, de crescimento, de sorrisos. Do tempo dos dias grandes, e do corre corre de todos os dias. Do tempo em que inesperadamente, tão sem aviso como a chuva que acontece no Verão, todos os caminhos se desenham com cores novas. Estas cores que hoje são as que pintam os nossos tempos para ser.
Pensei-me doente, tão cheia de pouca energia, tão avessa à luz dos dias. A descoberta foi tardia, face ao inquestionável, ao evidente, ao enjoo compulsivo, impossível de controlar. Já se contavam quase 11 semanas de uma nova vida, aqui tão dentro, deste ventre esquecido de si. De uma mãe já mãe, e não mãe para o futuro, não para o futuro tão próximo, agora que os projectos se costuravam nas malhas dos meses vindouros. Não neste futuro tão incerto, tão difícil, parecia o choro face ao acontecido querer dizer.
Num instante, breve quanto a folha que a brisa segura até cair, o futuro redesenhou-se, ganhou outros contornos, adelgaçou a cintura, e dando ordem ás pernas que caminham, cruzou as novas ruas com passos, primeiro tímidos, ganhando segurança e agora , ainda que ansiosos pela vida, já certeiros e decididos.
Aqui nos encontramos, neste novo mundo de esperanças. Neste milagre acontecido, aqui tão dentro que demorou a revelar. Neste espaço de outro mundo, pedaço de mim, que já não sou eu mas sim um outro.
João confunde as palavras, quer espreitar para esse novo mundo, confunde mano com Dudu, seu mano grande, e diz dizer que no ventre tenho um Dudu assim bebé pequenino.
Para o Natal teremos este belo presente, este que cresce devagarinho e já é tão nosso.

Quis o destino que também não fosse fácil desta vez, mas a ansiedade já aprendeu a se dominar face às contrariedades. Chamados para a amniocentese, depois de um rastreio com índice positivo, esperaremos ainda mais uma semana pelos resultados que confirmarão, ou não, as hipóteses não desejadas. Até lá, mais uma espera, que o tempo, sempre sábio, traga ventos de boa fortuna, de saúde, e de dias risonhos e redondos.

O João, sempre dono desta fábrica, está reguila e cada vez mais senhor do seu destino, esta semana, numa queda empurrada partiu o bordo dos dois dentes da frente modificando o sorriso dele e o nosso. Já não usa fralda durante o dia, e já não acontecem deslizes, o processo demorou largos meses, mas finalmente o sucesso. O sorriso, o cheiro, os seus mimos, são o que me dão mais força em todos os dias. Sabê-lo carne que saiu de mim, e que agora brilha e cintila no seu próprio horizonte.

Em breve seremos cinco, um redondo cinco, um imenso cinco.
Uma família como sempre admirei, mas nunca julguei que fosse a minha.

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30 meses

Um número bem redondo e feliz.
Muito traquina por sinal...
Sabe ser doce e meigo, sabe ser teimoso e provocador.
Delicía e desconcerta.
Assim tão nosso, este João.

Feliz neste 2 anos e meio!
Felizes. Nós!

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Chegamos a uma nova fase

Doce, e sem resposta muitas vezes, é a fase do:

-Pukê?

(Tento fugir ao porque sim... nem sempre é fácil... mas às vezes parece ser a melhor resposta...)

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Esperando com ansiedade

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Desde o dia 15 de Abril

Que o meu irmão é pai, PAI!


E eu uma recém tia Babadíssima...


Bem Vinda Alice, que seja doce e iluminado o teu caminho!

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Fala Fala Fala Fala

Fala com pelos cotovelos o João, fala com a mãe, fala com o pai, fala com o mano, repete o que falamos, fala com os avós... Gosta de inventar falas para os seus animais de peluche, como se fosse um marionetista. Fala mais, fala tanto e fala direitinho... vai aprendendo conceitos novos, e esses espantam-me, mais do que as palavras, aos poucos aumentando o vocabulário, corrigindo as frases, gaguejando, voltando atrás, até acertar:

das últimas conclusões dele:
- Vovó diz-se mãe... mamã diz-se filha...


Esta noite sonho com uma vaca que lhe fez doi doi no pé... não sei que espécie de vaca seria... mas acordou muito assustado... só descansou quando o pai foi lá correr com a vaca malvada...


Todos os dia faz o seu drama para ver se evita a escola...o João fica a dormir...o João fica com o papá... o João não quer ir à escola, o João fica na sala com a mamã... há-de pensar que ficamos em casa o dia todo enquanto ele vai "trabalhar"... hoje chegou ao carro e atirou-me um: o pai é o amor do João... (e nunca o leva para a escola hehehe)... sorri e lá fomos...

Na escola ainda faz de vez em quando um beicinho... acho que é a maneira dele mostrar que nos prefere... mas depois fica bem...

e a melhor de todas as novidades... xiiuuuuuuuuu que é para não estragar..... pelo menos no último mês tem dormido a noite toda... xiiiiiuuuuuuuu.... acorda pelas oito mais ou menos... senta-se na cama e chama muito muito alto... mamãaaaaaaaaaa... mamãaaaaaaaaaaa.... queeeeeerooooooo leitiiiiiiinhoooooooooooooo....

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breves

- João, Vai à sala que está lá o pai!
- Não, está nada.
- Está, Está filho.
- Não, está nada! (e eu é que sei....)
- :s

***
- O que fizeste hoje na escola, João?
- Dói-dói!

ao outro dia:
- O que fizeste hoje na escola, João?
- Dói-dói!

mais outro:
- O que fizeste hoje na escola, João?
- Dói-dói!

(E mais nada...?)

***

- O Xereke é mau!
- Não filho o Shrek é amigo.
- Não... o Xereke é mau!

***

- Onde vamos?
- Vamos á escolinha filho.
- onde vamos?
- à escola...
- onde vamos?
- ...

***

- mamã, anda... quero iogurte (e puxa-me pela mão)
- vai buscar filho (em tom de brincadeira, claro)
- eu?! (incrédulo)
- sim filho, vai à cozinha buscar o iogurte...
- eu?! (ainda mais incrédulo...)
- sim filho tu.
- ... não conxigo!.... (admirado por eu não o saber...)

***

todos os dias:
- Vamos para casa filho? (a avó vai buscá-lo à escolinha e fica lá até eu chegar)
- Não! Quero ficar na casa da vovó.

no mínimo desconcertante

***

Depois do pai ter tirado a barba:
- A barba pai?
- Não está, fugiu...
- Fugiu?
- Sim.
...
- Dudu? Tens a barba do pai?

***

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o Tempo é nosso



Tempo Perdido
Legião Urbana

Composição: Renato Russo

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...

Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...

Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...

Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...

Tão Jovens! Tão Jovens!...



Para ti meu teen cabeludo... com toda a calma do mundo... és tão jovem... és tão jovem... um dia o céu que desejas será teu! Selvagem... forte... assim és... Chegaremos lá... estamos a lutar por isso meu anjo!

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difícil explicar

esta quantidade de sentimentos por narrar, nesta tua, nestas nossas vidas... sou de escrita difícil... as palavras são ligeiras, em catadupa, quantas vezes apenas na cabeça... sem papel... e tantas vezes esquecidas... remetidas para um qualquer plano secundário nas nossas vidas... as mesmas palavras que são o meu maior tesouro, a minha maior fortuna porque tão caras, e tão raras... e tão minhas.

A fábrica do João é um pouco do teu mundo, sem pretensões de ser um diário.... sem pontuações exdrúxulas das nossas vidas... é apenas a tua fábrica, onde eu queria deixar os sonhos em aberto, e que como páginas os pudesses folhear, e na tua própria engrenagem, pô-los em movimento, em contrução.... dar-lhes a pintura, o acabamento.

A Fábrica do João... hoje mora muito para além desta cyber página, deste hiper texto, onde me deixo e te deixo. Nas tuas tantas palavras com correcção e cuidado, que te atreves devagarinho para que se pronunciem correctas.... uma a uma como se entre cada palavra houvesse uma vírgula longa onde mora o teu pensamento que se prepara para a próxima.

E por vezes também as minhas palavras não tem uma, mas tem inúmeras vírgulas entre elas e isso dificulta o discurso, porque em cada vírgula atrevem-se a vir morar alguns punhados de razões e de escusas para que o registo nasça e te faça justiça.

quantos anos tens: dois (exibindo os dedos todos e depois só dois)
O, João, chama-se, João
O, vovõ está, sempre, do, quintaal...
Este, é, o Dudu....

O João, ficau, de castigo... o João, bateu, na mamã...

O, João, não quer, ir, pá sala, dos, cufias (rufias - nome da sala na escolinha) o João, quer, fica, na sala, da mamã...

e tanto quanto a ínfima parte de ti é registado, quanto de mim se frusta por não conseguir, aqui... deixar a tua alegria, a tua energia, o teu egoísmo, o teu mimo, a tua meiguice, as tuas desculpas, as traquinices... e por isso, tantas vezes, o registo iniciado é concluído por falta de provas conclusivas que as palavras são mesmo aquelas que te espelham...

hoje deixo a esperança... que renasça desta Fábrica... a verdadeira Fábrica do João... aquela onde ao fazer mundos se constróem os sonhos.... os teus sonhos

que seja doce o teu sonhar.

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Noddy João e fim de dia

Feito à mão... pela mãe e pela avó:



Nasce um Noddy João....


Contente e feliz...
Mas não quis repetir...


Talvez amanhã se o Sol deixar...





Ao fim do dia de folia no infantário, enquanto fui buscar água que me pediu ao deitar...

encontro-o assim:


Feliz porque os livros e as histórias estão a morar em ti...
Um dia quem sabe, serás tu a morar nas histórias.

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caíu

da cama...

Julgava-o protegido... há já um mês que dormia na sua cama grande, sem grades, rodeado de almofadas, mantas bem presas e uma cómoda que servia de amparo.
Deve ter conseguido destapar-se.
Ouvimos um estrondo...

Não consigo descrever o tamanho do susto, da angústia e até do remorso por ter pensado que podíamos prescindir do protector (é sempre tão sossegado a dormir)...

não encontrei galo ou pisadura... apesar de tudo acalmou rapidamente, ficamos à conversa com ele um bocado, para ver como reagia...

Logo vou às compras!

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O Fim dos Dias seguido de relato quase a cru dos tempos que vão passando

O Fim dos dias
Tem este sabor inexplicável dos abraços, dos beijos esperados, da porta aberta exalando o calor da casa. O sabor do perto e do aqui, e da feliz repetição, nada casual, que faz com que, depois de um longo dia, voltes a ser meu e eu volte a ser tua.
O Fim dos dias tem esta magia, seja noite ou ainda claro, de te ouvir a pedir colo, a enrolares-te no meu pescoço, e me ofereceres esses olhos brilhantes e tão cheios de um mundo que eu não conheço porque as palavras não verbalizam.
O Fim dos dias é um repente e alucinante acontecimento, tão breve que parece um suspiro, sucedendo-se em catadupa, alternando afazeres com sorrisos, banhos e gargalhadas, jantares e brinquedos no chão da sala.
O Fim dos dias... é doce... é breve... é silêncio vestido de penumbra, que te adormece ao meu lado, respirando sossegado, quem sabe... a sonhar com outros fim de Dia!

relato quase a cru dos tempos que vão passando
Vão passando e passando, e falta o tempo para o registo, das palavras que como uma explosão brotaram graciosas logo a seguir aos 2 anos completos. Já há frases usadas com grande correcção e outras em ordem inversa ao comum (treina para poeta)... continua a gostar muito da Pi (chupeta) e esse é o maior entrave para a conversação, é necessário insistir que se fala com a chupeta não conseguimos entender. Diz muitas vezes 'não quer', ensaia os tu's e os eu's os teus e os minha's, nem sempre correctamente usados mas tentando. A mãe é minha (sabe tão bem)... chama cantando mamãaaaaaaaaa. Diz bigado, faxabori. E tem uma tendência para terminar as palavras com um 'i' quenti, bã nôti, bã tardi... Sabe de cor várias músicas, mas as palavras não saiem tão bem como quando fala, faz antes uma cantilena com sons semelhantes e aproximados e algumas palavras à mistura. Dá beijinhos muito bons, e uns abraços... brinca ao faz de conta dando de comer e adormecendo os seus bonecos. Dorme já na cama "gandi" (a cama gandi do Xoão, que xira!!!!) acompanhado do Urso, da menina-pirilampo, e agarrado ao Noddy... mas tem de a mãe ficar ao seu lado até o sono o agarrar. Gosta de tocar "tambori" e "harmótica" e piano na casa dos primos... Nos últimos 3 dias não chorou para ficar no infantário, antes desses chorou sempre... também não quer ao fim da tarde vir embora de lá. Janta na casa da avó que o apnha ao fim do dia esfomeado e às vezes janta também com os pais já em casa. Emagreceu muito nos três meses (de Setembro a Dezembro) em que alternou laringites, bronquites e amigdalites, alimentava-se de antibióticos e leite... mudamos de médico, a nova pediatra consegui estabiliza-lo e desde Janeiro que se mantém com saúde e recuperou o apetite, parte do peso e sobretudo a cor da face que voltou a ser rosada. Adora o seu mano e todos os dias pergunta por ele, aponta a cama, cama do Dudu, aponta a cadeira vazia à mesa... é do Dudu. Continua a gostar de animais e a reconhecê-los: a avó tentou, a seu pedido desenhar uma vaca, ele apontou: não não não isso é um "popotame"... Voltou a gostar de tomar banho, depois de um banho com o primo Thiago - passou a encarar a actividade como uma brincadeira, complicado é fazê-lo sair: "xoão fica banho, xoão nadari" e deita-se de barriga para baixo todo satisfeito a bater com os pés. Consegue perguntar vinte vezes seguidas "o que é isto?" e mesmo que tenha resposta repete e repete até se distrair com outra coisa, voltando à carga: "o que é isto?". Adorou o Natal, a árvore, os pais natais, os bonecos de neve, as prendas... Pede para "nanari" quando tem soninho, gosta de fazer cóssegas, brincar a fazer castelos, pregar sustos escondendo-se (mal) e fazendo em seguida um buuuuuh muito convincente. É complicado ir com ele a um restaurante pois o limite de tempo que aguenta sentado a uma mesa é muito curto. Gosta de passear, mas gosta mais de colo do que do carrinho ou de andar a pé. Ainda faz birras, mas dois meses atrás eram bem piores. Gosta de ouvir "música fixe" com o mano. Ao fim de semana pede para ir para a sala ver "boneques" mas à semana quer ficar a dormir... bate na almofada e chama "nana mamã"... É muito impaciente e teimoso... mas também é muito meiguinho e engraçado. Continua a encher a casa e a dar cor aos dias, aos fim de dias e até aos sonhos.
Delícia de ouvi-lo dizer: Fancisco Xoão!

E como ainda não tinha dado (pelo menos neste espaço) as boas vindas a 2008, deixo uma estrela que ilumine quantos ainda vão passando por aqui, pacientemente aguardando palavras.
Que este seja um ano simplesmente Brilhante!

Para nós será iluminado pela prima Alice que chegará por Abril e pelo primo ou prima que virá por Agosto... (a tia anda babada por antecipação e muito feliz com este crescimento na família)

Um até mais breve!

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